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segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Líderes europeus fecham plano para capitalizar bancos na crise

Líderes europeus fecham plano para capitalizar bancos na crise
Por Huw Jones e Anna Willard
PARIS (Reuters) - Líderes europeus, que têm pressa para apresentar uma resposta concreta à crise financeira antes que os mercados mundiais reabram, na segunda-feira, se comprometeram no domingo a injetar dinheiro público nos bancos afetados pela pior crise financeira desde a década de 1930. "Isto requer medidas concretas e de unidade: é isso que temos que fazer hoje", disse em uma roda de imprensa o presidente francês, Nicolas Sarkozy, que convocou a reunião de emergência de líderes dos 15 países da zona do euro mais a Grã Bretanha. Segundo o documento que circulou durante a reunião, os líderes ficaram acertadas duas ações chaves: aportar capital nos bancos e assegurar ou diretamente comprar novas emissões de dívidas. Sarkozy disse que os governos estavam prontos para entrar no capital dos bancos e que os detalhes seriam anunciados a nível nacional, começando pela Itália, Alemanha e França, na segunda-feira. "Isso não é uma dádiva para os bancos, é para ajudár-los a funcionar", adiantou.
Segundo o documento, os líderes se comprometeram a ajudar a subscrição ou subscrever as emissões de dívidas de bancos por períodos de até cinco anos, para complementar os esforços do Banco Central Europeu para descongelar os mercados de empréstimos interbancários.
O presidente da Comissão Européia, Jose Manuel Barroso, também presente na roda com jornalistas, confirmou as palavras de Sarkozy. Sarkozy disse ainda que a reunião mostrou que a Europa é capaz, pese as muitas fronteiras nacionais, de responder coletivamente à crise, que começou nos Estados Unidos há mais de um ano, mas que alcançou seu auge recentemente. Funcionários dos governos haviam sugerido que sairíam medidas da reunião, e não apenas retórica, da qual participaram também o presidente do Banco Central Europeu, Jean-Claude Trichet. "Se a confiança nos mercados não se restaurar este fim de semana, será o fim do jogo", disse Marco Annunziata, economista chefe do UniCredit.
O encontro em Paris foi organizado por Sarkozy depois de uma reunião do G7 em Washington, onde não foi apresentada nenhuma medida concreta. (Reportagem de Brian Love e Francois Murphy, Noah Barkin, Giuseppe Fonte, Anna Willard e Crispian Balmer, Andreas Moeser e Dave Graham em Berlim e James Mackenzie em Washington)


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