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terça-feira, 19 de agosto de 2008

A campanha eleitoral em ANGOLA

A FpD levou à antena da Rádio Nacional de Angola intervenções muito interessantes sobre urbanismo e “políticas de cidade”. Quem tem o dever de ouvir e criticar, ouve até ao fim. Quem ouve para ser esclarecido, não ouviu mais de dez segundos. Intervenções demasiado longas e desadequadas à linguagem radiofónica, suportadas por um edifício sonoro que era mais ruído do que outra coisa, assassinaram aquilo que podia ser uma boa mensagem de campanha.
O PRD, no seu tempo de antena na RNA, tratou Luís dos Passos por “sua excelência” e descreveu como uma viagem apoteótica, o seu périplo por Malanje e Lunda-Norte, onde foi recebido com banhos de multidões e “honra e pompa”. Como a RNA chega a Malanje e à Lunda-Norte, os ouvintes dessas províncias devem estar abuamados! A apresentadora dos tempos de antena do partido, segundo notícia de ontem, foi assaltada por meliantes. Calma, está tudo bem, a senhora só ficou em estado de choque e um dia destes volta à antena. A pedido de muitas famílias, o partido repetiu grande parte do tempo de antena de sábado. Ainda bem.
Só o MPLA e a UNITA sabem usar o tempo na Rádio. A Nova Democracia não sabe mas, inteligentemente, dá música aos eleitores. A AD-Coligação faz o mesmo e nos intervalos promete a rentabilização das estradas e uma amnistia económica. Música original e exclusiva.
Na televisão o panorama é idêntico e as imagens são autênticas armadilhas que levam quase todos os partidos ao desastre. E ainda temos mais 18 dias pela frente! O PADEPA apresenta “slides” com caracteres inseridos. Mas não são legíveis. As fotos de família são péssimas. O partido ainda não conhece o vídeo.
A UNITA desce na tabela da segunda divisão. No tempo de antena prometeu fazer parcerias com as instituições religiosas, se ganhar as eleições. Mas quais? Mostraram as imagens do acordo com o partido POC, podiam mostrar a assinatura da parceria com uma só instituição religiosa. Nada. Apenas mostraram Benedito Kapingãla, que se apresentou como católico e invocou a Rádio Eclésia e a Igreja Católica, deixando transparecer que estão a favor da UNITA. Uma utilização abusiva das duas instituições.
O FOFAC diz que o angolano é o próprio angolano e “somos angolanos até ao fim deste mundo”. O mesmo discurso, o mesmo cenário, desde a primeira hora. A FNLA não anda longe deste modelo, mas trata o telespectador por “caro eleitor”. Ngola Kabangu continua a aparecer iluminado ao contrário. Está irreconhecível. O PDP-ANA diz que o número quatro é o número de Deus. Repete tudo, som e imagem, todos os dias.
O PRS apresentou uma candidata a deputada defendendo o fortalecimento do sector empresarial do Estado. E prometeu apoio aos sindicatos. Boa intervenção, para variar.
Luís dos Passos não muda de camisa, apresenta-se todos os dias vestido da mesma maneira. Ninguém lhe pode chamar vira-casacas. Ontem o partido apresentou uma mensagem inovadora: o PRD é bué!
O MPLA apresentou as suas propostas para a juventude: é buéréré! Mas repetiu muitas imagens de sábado. Anália Vitória Pereira disse aos eleitores que o PLD não teve oportunidade de governar. O GURN nunca existiu e Alexandra Simeão, vice-ministra do governo e dirigente do PLD, também não. Ai as falsidades do partido da sinceridade!A FpD disse nada com a imagem e a voz de Willyam Tonet e alguma coisa com a Nilsa Esperança. A PPE continua a surpreender com um discurso político coerente. O PAJOCA, ontem, lançou a rede aos crentes e informou que o Governo despreza os fiéis.
Fonte: Jornal de Angola

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