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sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Belgas tiram a roupa em protesto contra impasse político

Por Eva Dou

GHENT, Bélgica (Reuters) - Belgas fizeram protestos em todo o país na quinta-feira para exigir que os políticos resolvam uma crise que se arrasta há oito meses e impede a formação de um novo governo.

Cerca de 50 pessoas, a maioria estudantes, ficaram só de roupas íntimas em Ghent (norte), posicionando-se para formar a palavra "unidade." Rodadas de gim holandês ajudavam a espantar o frio.

"Há em holandês a expressão 'estar pelado', com o sentido de ser feito de bobo. Nada aconteceu, os políticos negociam há 249 dias, e ainda há um impasse, então estão nos fazendo de bobos", disse o mestrando Jouwe Vanhoutteghem, um dos organizadores do protesto.

Em Leuven, na região central do país, os belgas recebiam batatas fritas, especialidade nacional, se escrevessem uma mensagem de adesão à "Revolução das Fritas."

A imprensa belga aludiu ao que considerou ser um recorde mundial estabelecido pelo país: 249 dias de impasse desde a eleição parlamentar de 13 de junho. "Finalmente, campeões mundiais", zombou o jornal De Standard, sobre uma foto de torcedores belgas dançando.

Com esses 249 dias de impasse, a Bélgica iguala à prolongada negociação do ano passado para a formação de um novo governo no Iraque, mas lá ainda houve outros 40 dias até que o Parlamento aprovasse o gabinete.

Os protestos de quinta-feira são parte de uma série de manifestações contra os políticos. Há um mês, 34 mil pessoas participaram de uma passeata em Bruxelas.

Um ator local conclamou os belgas a deixarem a barba crescer até que um governo seja formado. Até agora, 771 pessoas colocaram na internet (www.unebelgiqueaupoil.be) fotos das suas barbas.Mas alguns espectadores do protesto de quinta-feira duvidam que os políticos se sintam compelidos a agir, e vários transeuntes diziam não partilhar do empenho pela unidade entre flamengos (que falam holandês) e valões (francófonos).

"Acho que a Bélgica deveria se dividir. Não tenho nada contra o rei, mas todo o nosso dinheiro de Flandres vai para o outro lado", disse o transportador flamengo Luc Baudewijn, de 53 anos.

Desde a inconclusiva eleição de junho, um governo provisório exerce o poder, enquanto líderes valões e flamengos divergem a respeito do grau de autonomia das regiões belgas.

Os flamengos se queixam dos subsídios à Valônia, uma região mais pobre, enquanto os francófonos argumentam que uma maior autonomia regional seria um passo rumo à dissolução do país, em que os valões seriam mais prejudicados.

O rei Albert deu na quarta-feira ao seu principal mediador mais duas semanas para tentar superar o impasse. O ministro interino das Finanças, Didier Reynders, é a sexta pessoa a encarar o desafio.

Economistas dizem que um governo definitivo precisará adotar medidas para reduzir a dívida pública, que pode chegar neste ano a 98,1 por cento do Produto Interno Bruto (PIB).

A agência de avaliação de crédito Standard & Poor's disse que pode reduzir a nota da Bélgica se o país não formar um novo governo até junho.
http://br.reuters.com/article/worldNews/idBRSPE71G0T520110217?pageNumber=2&virtualBrandChannel=0

Violência cresce em protestos na Líbia, Barein e Iêmen

Por Cynthia Johnston e Frederik Richter

MANAMA (Reuters) - Distúrbios se espalharam na quinta-feira pelo Oriente Médio e Norte da África, com registros de incidentes violentos na Líbia, no Iêmen e no Barein, onde três pessoas morreram na repressão militar a manifestações contra o governo.

Os protestos no mundo árabe são inspirados pelas recentes revoluções na Tunísia e no Egito. No Barein, os manifestantes se queixam de dificuldades econômicas e da suposta discriminação da monarquia sunita contra os xiitas, maioria da população.

Soldados com veículos blindados ocuparam a capital do pequeno país do golfo Pérsico, em meio à pior onda de incidentes nas últimas décadas. Pelo menos três pessoas morreram e 231 ficaram feridas; a oposição diz que há dezenas de presos e cerca de 60 desaparecidos.

"Estão nos matando!", disse um manifestante à Reuters. Outras duas pessoas já haviam morrido em protestos nos dias anteriores.

No Iêmen, quatro manifestantes foram mortos na cidade portuária de Áden (sul), no sétimo dia de protestos. Agora são seis o número de mortos após o início das manifestações no país, um dos mais pobres da região.

Na Líbia, o "Dia de Fúria" convocado por ativistas pela Internet começou com poucos sinais de atividade em Trípoli, onde houve uma manifestação promovida por partidários do líder Muammar Gadaffi, no poder há 42 anos.

Mas um morador de Benghazi, cerca de 1.000 quilômetros a leste da capital, disse à Reuters que ocorreram confrontos na vizinha localidade de Al Bayda, envolvendo seguidores do governo e parentes de dois jovens mortos num protesto na véspera.

Um morador de Benghazi disse que pelo menos cinco pessoas foram mortas em localidades próximas, mas foi impossível confirmar essa informação e estabelecer o número exato de vítimas.No Iraque, uma pessoa morreu e 33 ficaram feridas quando a polícia abriu fogo contra manifestantes que faziam um protesto contra o governo local em Sulaimaniya (nordeste), segundo testemunhas e fontes médicas.

"Profundas questões sociais e econômicas por todo o Oriente Médio e Norte da África continuarão motivando novos distúrbios", disse o analista de riscos políticos Anthony Skinner, da consultoria Maplecroft. "Os protestos no Barein e na Líbia refletem a facilidade com que os protestos se espalharam na região."

Essas preocupações ajudaram a levar o petróleo do tipo Brent à sua maior cotação em 28 meses, 104 dólares por barril, e também contribuíram para que o ouro mantivesse sua alta das últimas cinco semanas.

No entanto, a ministra britânica da Segurança, Pauline Neville-Jones, disse numa entrevista que as revoltas dos jovens árabes são uma "enorme oportunidade" para a estratégia ocidental de contraterrorismo, por enfraquecer o argumento da al Qaeda de que o Islã e a democracia são incompatíveis.

EX-DITADOR EM ESTADO GRAVE

A revolta árabe está completando dois meses. Ela começou em 17 de dezembro, quando o jovem tunisiano Mohamed Bouazizi suicidou-se em sacrifício, depois de ser proibido pelas autoridades de vender frutas e verduras na localidade de Sidi Bouzid.

O caso dele inspirou manifestações contra a pobreza, a corrupção e a repressão, que culminaram com a fuga, um mês depois, do ditador Zine al Abidine Ben Ali.

Logo em seguida, os protestos ganharam força no Egito, levando à renúncia do presidente Hosni Mubarak. Em vários países da região grupos de oposição vivem a esperança de um "efeito dominó", semelhante à onda que varreu os regimes comunistas do Leste Europeu em 1989.

Mas muitos governos autoritários da região têm recursos financeiros - graças ao petróleo - para enfrentar as rebeliões, além de controlarem as Forças Armadas. Ben Ali e Mubarak só caíram depois que seus respectivos Exércitos retiraram seu apoio.Depois de deposto, Ben Ali se refugiou na Arábia Saudita. Uma fonte desse país disse que o tunisiano está hospitalizado em "estado grave".

Contrapondo-se à onda de protestos, vários governos da região têm anunciado concessões, voltadas principalmente para a redução do preço dos alimentos, a criação de empregos e uma maior participação política.

Os Emirados Árabes anunciaram na quinta-feira que triplicarão o número de integrantes de um conselho consultivo, nomeado pelos xeques do país, que funciona como uma espécie de Parlamento.

No caso do Barein - importante centro financeiro regional, além de ser sede da Quinta Frota Naval dos EUA -, o governo tenta reforçar a segurança. O Exército alertou a população a se afastar do centro da cidade, e na praça Pérola havia restos de barracas, cobertores e lixo, depois de os manifestantes serem dispersados. Um intenso cheiro de gás lacrimogêneo pairava no ar, e helicópteros sobrevoavam o local.

http://br.reuters.com/article/worldNews/idBRSPE71G0SH20110217?pageNumber=3&virtualBrandChannel=0

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Discurso de presidente do Egito arruína festa na praça Tahrir

Por Tom Perry

CAIRO (Reuters) - A alegria se transformou em desespero e raiva na praça Tahrir, no centro do Cairo, quando o presidente do país, Hosni Mubarak, acabou na quinta-feira com a esperança de centenas de milhares de manifestantes que exigem sua renúncia após 30 anos no poder.

A multidão acampada na praça dançava, cantava, gritava frases e exibia um mar de bandeiras egípcias, nas cores vermelho, branco e preto, na expectativa de que o tão esperado discurso iria satisfazer o desejo do povo de ver o líder renunciar ao cargo.

"Ele sai nesta noite, nesta noite ele sai", cantavam alguns na medida em que as notícias sugeriam que Mubarak realmente renunciaria.

Foram muitos os boatos. Alguns diziam que ele iria à Alemanha, enquanto outros estavam confiantes de que o presidente viajaria para os Emirados Árabes Unidos.

Os organizadores do protesto pintavam os rostos daqueles que aderiam ao movimento com as cores nacionais do país. Num certo momento, a praça Tahrir pareceu sediar uma festa de carnaval ao invés de um protesto.

Como de costume, egípcios de todos os estilos de vida e convicções políticas estavam unidos, de islâmicos a esquerdistas seculares, liberais e famílias inteiras.

Uma garota, sentada sobre os ombros de seu pai, tinha a palavra "saia" pintada em sua testa, repetindo a principal exigência de uma multidão que tomou conta da praça Tahrir ao longo da semana.

Momentos antes de Mubarak começar a falar, os manifestantes diziam que estavam prestes a testemunhar a história. "Senta, senta, senta", gritavam alguns. Continuação...
Milhares responderam, sentando no chão da praça, numa cena que refletia o espírito de cooperação no acampamento de protesto.

Na grande tela à frente, a aparição do presidente de 82 anos fez com que todos pedissem o fim de qualquer burburinho. Novamente, a multidão cooperou. Um manto de silêncio caiu sobre a praça Tahrir.

SAPATOS

Sob um céu claro e uma meia-lua, os soldados em cima de tanques e veículos blindados prestavam mais atenção ao discurso do que qualquer outra pessoa. Alguns fumavam cigarros quando o presidente começou a falar.

Em menos de um minuto, a alegria da multidão deu lugar à aflição. Um homem abaixou a cabeça na medida em que ficava claro que Mubarak não pretendia renunciar.

Alguns tiraram os sapatos, acenando com a sola em mãos. Outros exibiram sua desaprovação com os dedos ou fizeram sinais negativos para Mubarak. Alguns choraram.

Na metade do discurso, a paciência dos manifestantes pareceu se esgotar. Eles se levantaram e gritaram: "Saia, saia, saia."

"Ele não quer entender. O povo não o quer no poder", disse Hesham al-Bulak, de 23 anos. "Ele está se mantendo no poder de uma forma que é totalmente bizarra."

Alguns manifestantes abandonaram o local logo em seguida, enquanto outros ficaram onde estavam, gritando frases de protesto. Falando aos que deixavam a praça, um organizador, com os olhos cheios de lágrimas, gritou: "Não desanimem, não desanimem."

"Não há desânimo", respondeu um manifestante. "Não há desespero e não há rendição."

http://br.reuters.com/article/worldNews/idBRSPE71A00320110211?pageNumber=2&virtualBrandChannel=0

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Missões diplomáticas interditas de celebrar contratos de compra e venda

Os chefes das missões diplomáticas e consulares estão interditos de celebrar contratos de compra e venda e de praticar actos de disposição e alienação sobre todos os bens imóveis e móveis sujeitos a registo. Os bens referidos são os que fazem parte do património do Estado, e os contratos carecem de autorização do Ministério das Finanças, sob proposta do MIREX.

A declaração é do secretário de Estado do Tesouro, Manuel da Costa, que esclareceu, aquando da sua intervenção terça-feira no IV Conselho Alargado do Ministério das Relações Exteriores, que nos casos em que se pretenda a venda de imóveis ou móveis sujeitos a registo dever-se-á invocar, entre outros, os motivos de incapacidade ou inutilização.

O responsável enumerou ainda, como possíveis razões, a necessidade de substituição por um bem novo, sem prejuízo do seu valor histórico, o facto deste ser desnecessário ao serviço ou ter avaria cuja reparação ultrapasse os 80 por cento do valor inicial, ou ainda ter atingido o tempo de vida útil, sem hipótese de restauração, mas com as causas devidamente indicandas.

Assim sendo, o secretário de Estado do Tesouro, que se debruçava especificamente sobre “a gestão do património” disse que para efeito de aquisição de equipamentos, móveis, imóveis e viaturas, as missões diplomáticas e consulares devem estabelecer planos concretos para apresentar ao Ministério das Relações Exteriores (MIREX).

http://www.angonoticias.com/full_headlines_.php?id=30470

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Universidade Lusíada de Angola

A Instituição
A Universidade Lusíada de Angola iniciou actividades com o ensino propedêutico em 1999 nas áreas económica, jurídica e engenharia.

Nestes nove anos de existência, a Universidade Lusíada de Angola cresceu não só em discentes mas também em áreas de actividade. Assim contamos hoje com Licenciaturas em Psicologia, Informática, Arquitectura, Economia, Contabilidade, Gestão de Empresas, Gestão de Recursos Humanos, Direito, Relações Internacionais, para além de mantermos a estrutura do ano propedêutico.

Em 9 anos, passamos de um total de 370 alunos universitários para um total de 4.200.

No ano de 2004 graduamos os nossos primeiros licenciados na área de economia.

As regras de admissão de docentes para a Universidade são equiparadas às vigentes na Universidade Agostinho Neto, pelo que enquadramos docentes que vão da categoria académica de Assistente Estagiário à de Professor Titular.

As Universidades Lusíada orgulham-se da sua dimensão nacional e do prestígio alcançado, principalmente, do contributo dado ao País na formação universitária de uma parte significativa da sua juventude.

A verificação desta realidade, tem exigido das Universidades Lusíada um contínuo esforço da qualificação do seu corpo docente, de actualização dos seus equipamentos técnicos e tecnológicos e de renovação das suas práticas pedagógicas, tendo sempre em vista um ensino que apenas se subordina aos princípios da qualidade e do rigor científico.

A aquisição de uma consciência ética e social que determine o comportamento e o procedimento científico e profissional é o suporte do projecto de formação integral das Universidades Lusíada.

Procuramos que os membros da nossa comunidade universitária se distingam pelas suas qualidades humanas antes e ao mesmo tempo que pela sua preparação cultural e alta categoria profissional.

Histórico

A Universidade Lusíada de Angola iniciou actividades com o ensino propedêutico em 1999 nas áreas económica, jurídica e engenharia.

Nestes nove anos de existência, a Universidade Lusíada de Angola cresceu não só em discentes mas também em áreas de actividade. Assim contamos hoje com Licenciaturas em Psicologia, Informática, Arquitectura, Economia, Contabilidade, Gestão de Empresas, Gestão de Recursos Humanos, Direito, Relações Internacionais, para além de mantermos a estrutura do ano propedêutico.

Em 9 anos, passamos de um total de 370 alunos universitários para um total de 4.200.

No ano de 2004 graduamos os nossos primeiros licenciados na área de economia.

As regras de admissão de docentes para a Universidade são equiparadas às vigentes na Universidade Agostinho Neto, pelo que enquadramos docentes que vão da categoria académica de Assistente Estagiário à de Professor Titular.

As Universidades Lusíada orgulham-se da sua dimensão nacional e do prestígio alcançado, principalmente, do contributo dado ao País na formação universitária de uma parte significativa da sua juventude.

A verificação desta realidade, tem exigido das Universidades Lusíada um contínuo esforço da qualificação do seu corpo docente, de actualização dos seus equipamentos técnicos e tecnológicos e de renovação das suas práticas pedagógicas, tendo sempre em vista um ensino que apenas se subordina aos princípios da qualidade e do rigor científico.

A aquisição de uma consciência ética e social que determine o comportamento e o procedimento científico e profissional é o suporte do projecto de formação integral das Universidades Lusíada.

Procuramos que os membros da nossa comunidade universitária se distingam pelas suas qualidades humanas antes e ao mesmo tempo que pela sua preparação cultural e alta categoria profissional.

http://www.ulangola.net/interna.php?cod=28

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Angolanos celebram 50 anos do Início da Luta Armada

Celebra-se esta Sexta-feira, 4 de Fevereiro, o 50º aniversário do Início da Luta Armada de Libertação Nacional, data que constitui um marco indelével na história da resistência ao regime colonial-fascista português, para o alcance da Independência Nacional.

Na madrugada de 4 de Fevereiro de 1961, um grupo de homens e mulheres, munido de paus, catanas e outras armas brancas, atacou a casa de reclusão e a cadeia de São Paulo, em Luanda, para libertar presos políticos ameaçados de morte.

Em resposta ao ataque, o regime colonial-fascista reagiu brutalmente com uma acção de repressão em todo o país, com assassinatos, torturas e detenções arbitrárias.

Essas prisões e assassinato de pessoas indefesas levou alguns nacionalistas a organizarem-se para a luta de libertação.

Os preparativos da acção tiveram início em 1958, em Luanda, com a criação de dois grupos clandestinos, um abrangendo os subúrbios e outro a zona urbana, coordenados por Paiva Domingos da Silva, Imperial Santana, Virgílio Sotto Mayor e Neves Bendinha (já falecidos).

A acção inseriu-se também nos anseios da população e na necessidade de se passar a formas de luta que correspondessem à rigidez da administração colonial. Para tal valeu a colaboração do cónego Manuel das Neves e outros combatentes.

O papel do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) na preparação e organização da "acção directa" já constava do anúncio feito pelo seu Comité Director na conferência de Londres de Dezembro de 1960.

O 4 de Fevereiro de 1961 é considerado um marco importante da luta africana contra o colonialismo, numa tradição de resistência contra a ocupação que vinha desde os povos de Kassanje, do Ndongo e do Planalto Central.

Os primeiros relatos de realce de resistência à ocupação colonial datam dos séculos XVI e XVII (1559-1600 e 1625-1656), conduzidos por Ngola Kiluanje e Njinga Mbandi.

Os acontecimentos de Fevereiro de 1961 traduziram-se assim numa sublime expressão de nacionalismo, demonstrada pelos angolanos.

Este ano, o acto central das comemorações da data decorre na província do Bengo e tem como lema: "Com espírito do 4 de Fevereiro " construámos uma Angola próspera e moderna".

As celebrações decorrem com actividades culturais e recreativas, destacando-se encontros, palestras, seminários, entrevistas, exposições e colóquios, com o objectivo de destacar o exemplo do 4 de Fevereiro para as novas gerações.

Recordar a importância da data, sensibilizar a sociedade para o seu empenho activo nas tarefas que visam a consolidação da paz, a reconciliação nacional e a reconstrução do país, em todas as suas vertentes, constam igualmente dos objectivos da celebração da data.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

WikiLeaks é indicado para o Prêmio Nobel da Paz

Por Wojciech Moskwa

OSLO (Reuters) - O site WikiLeaks foi indicado para o Prêmio Nobel da Paz de 2011, disse nesta quarta-feira o parlamentar norueguês Snorre Valen, autor da proposta, um dia depois de encerrado o prazo para as candidaturas.

O Comitê do Nobel norueguês aceita até 1o de fevereiro as indicações para o prêmio considerado por muitos como a principal honraria do mundo, embora os cinco membros do painel tenham até o fim do mês para fazer as suas propostas.

Valen disse que o WikiLeaks é "uma das contribuições mais importantes para a liberdade de expressão e transparência" no século XXI.

"Ao divulgar informações sobre corrupção, violações dos direitos humanos e crimes de guerra, o WikiLeaks é um candidato natural ao Prêmio Nobel da Paz", afirmou Valen.

Parlamentares, professores de direito ou de ciência política e laureados pelo prêmio em anos anteriores estão entre os que podem fazer indicações. O comitê não quis fazer comentários sobre a indicação do WikiLeaks nem de outras nomeações.

O governo dos EUA está furioso com o WikiLeaks e com o seu fundador, Julian Assange, pela divulgação de dezenas de milhares de documentos secretos e telegramas diplomáticos que, segundo Washington, prejudicou os interesses norte-americanos no exterior, incluindo os esforços de paz.

O australiano Assange pode ser extraditado da Grã-Bretanha para a Suécia para ser interrogado num caso de suposto abuso sexual que, segundo ele e seus simpatizantes, é uma campanha destinada a fechar o WikiLeaks, uma organização sem fins lucrativos fundada por grupos de direitos humanos e pela sociedade civil.

Uma premiação do WikiLeaks provavelmente provocaria críticas ao Comitê do Nobel, que já causou polêmica com suas duas escolhas mais recentes - o ativista chinês pró-democracia Liu Xiaobo e o presidente dos EUA, Barack Obama, alguns meses após ter vencido a eleição.

O prêmio foi criado pelo sueco Alfred Nobel, o inventor da dinamite, que disse em seu testamento que o laureado deveria ser aquele "que fez o melhor e maior trabalho para a fraternidade entre as nações, para a abolição ou redução dos Exércitos existentes e para a manutenção e promoção dos congressos da paz".

Irã pode ter arma nuclear em até dois anos, diz instituto

Por Adrian Croft

LONDRES (Reuters) - O Irã pode ter condições de desenvolver armas nucleares dentro de um ou dois anos, caso assim decida, disse o influente Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IIEE) na quinta-feira.

Um relatório da entidade disse haver evidências "além de qualquer dúvida razoável" de que o Irã está buscando a capacidade de produzir armas atômicas, caso seus líderes decidam trilhar tal caminho.

Já as suspeitas de que o Irã teria realizado atividades proibidas com armas químicas e biológicas "não podem ser determinadas a partir de informações disponíveis publicamente, e foram exageradas", diz o texto de 128 páginas, intitulado "Capacidades nucleares, químicas e biológicas do Irã".

O Irã nega a intenção de desenvolver armas atômicas, e diz que seu programa nuclear está voltado exclusivamente para fins pacíficos. No entanto, a Organização das Nações Unidas já impôs quatro rodadas de sanções ao país por causa da sua recusa em abdicar do programa de enriquecimento de urânio.

O IIEE, com sede em Londres, disse que o atual estoque iraniano de urânio baixamente enriquecido seria suficiente - caso seja ainda mais purificado - para a produção de uma ou duas armas atômicas.

Se as 4.000 centrífugas que aparentemente funcionam na usina de Natanz fossem usadas para fins bélicos com sua capacidade máxima, "seria preciso um pouco mais de um ano e sete meses para (que o Irã acumulasse) urânio altamente enriquecido suficiente para a primeira bomba."

A produção de urânio altamente enriquecido para bombas subsequentes seria mais rápida - um mínimo de 32 semanas por peça, segundo o relatório.

O IIEE acrescentou que haveria métodos mais rápidos para conseguir esse material, talvez num prazo de seis meses para a primeira bomba e quatro meses para cada uma das seguintes, mas que provavelmente o Irã não domina tal tecnologia.

Com qualquer dos métodos de enriquecimento de urânio, seriam necessários pelo menos mais seis meses para transformar o gás de urânio enriquecido em metal, e para então montar a bomba. O desenvolvimento de mísseis para usar essa arma também levaria mais tempo, diz o relatório.

Novo premiê egípcio se desculpa por violência no Cairo

CAIRO (Reuters) - O novo primeiro-ministro do Egito, Ahmed Shafiq, se desculpou nesta quinta-feira pela violência no centro do Cairo que, segundo manifestantes que exigem a saída do presidente Hosni Mubarak, foi instigada pelo governo.

"Como autoridades e um Estado que devem proteger seus filhos, pensei ser necessário me desculpar e sei que este fato não se repetirá", declarou o premiê a repórteres.

Shafiq afirmou não saber quem está por trás dos ataques mas disse que investigaria.

Nesta quinta-feira, décimo dia seguido de protestos contra Mubarak, que está há 30 anos no poder, houve tiroteio na praça Tahrir, no centro do Cairo, local onde os manifestantes estão reunidos, informou a rede de TV Al Arabiya.