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segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Rebeldes Recuam no Leste da Republica Democrática do Congo



Por Paulo Faria 20/11/2008
Rebeldes no leste da Republica Democrática do Congo recuaram de três linhas da frente a norte da capital da província do Kivu do Norte, Goma.
Um porta-voz da ONU disse que o secretário-geral Ban Ki-moon saudou a decisão de Laurent Nkunda de retirar de posições ao redor da cidade de Kanyabayonga e apelou para o estabelecimento de corredores humanitários na área.
Mas Romain Gitenet, o coordenador de campo da organização Médicos sem Fronteiras na cidade de Rutshuru, afirmou que os corredores humanitários terão pouco impacto para as operações do grupo.
”No que diz respeito aos Médicos sem Fronteiras, isso não nos vai ajudar. Já estamos na área das tropas de Nkunda. Rutshuru é uma área de tropas de Nkunda. Nyanzale é uma área de tropas de Nkunda. Por isso não precisamos de corredores, temos medicamentos, podemos movimentar, eles deixam-nos ir”.
Os Médicos Sem Fronteiras advertiram que a utilização de “capacetes azuis” para criar corredores humanitários pode comprometer a neutralidade de organizações humanitárias no conflito. Gitenet referiu-se ao longo sofrimento humanitário na Republica Democrática do Congo que afirmou continuar a ser esquecido.
“Existem centenas de milhares de pessoas deslocadas desde há muitos anos. Não é novidade. Não é só desde Agosto passado, por isso temos mais deslocados do que no principio de 2008, as Nações Unidas falam de 850 mil deslocados actualmente”.
Numerosos grupos armados actuam no leste do Congo Democrático desde o fim formal da ultima guerra civil no país em 2003.
Laurent Nkunda diz estar a proteger a comunidade étnica tutsi da região de ataques por milícias hutus ruandesas. O seu grupo, Congresso Nacional para a Defesa do Povo, assinou um acordo com o governo em Janeiro, mas a luta irrompeu novamente em Agosto, causando o deslocamento de cerca de 250 mil pessoas.
Na quarta-feira, “capacetes azuis” da MONUC confrontaram-se com membros da milícia Mai Mai, aliada do governo do presidente Joseph Kabila.

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