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sábado, 27 de setembro de 2008

Prevenção dos conflitos em África


Prevenção dos conflitos em África
Por João Pinto
Fazer uma crítica é um acto de reflexão que exige uma análise sobre o assunto, total ou parcial, o trabalho é científico e enunciativo; pois, traz consigo novos conceitos ou teoria sobre a prevenção dos conflitos no martirizado continente berço; enunciativo por pautar-se pelos conceitos clássicos, apresentando dados conhecidos.O título é deveras sugestivo “Prevenção de Conflitos em África”, a trilogia começa com um substantivo feminino, é o acto de prevenir, é antecipar, acautelar resultado da prudência, os conflitos resultam dos desacordos, desavenças renhidas utilizando todo tipo de armas ou formas de combate para a resolução das diferenças, racionais, irracionais, justas ou injustas atendendo à fundamentação dos beligerantes ou contendores. A obra contém 181 páginas, nove capítulos e foi prefaciada pelo Exmo. Embaixador de Angola na União Africana, Dr. Manuel Augusto. O Continente Africano, tem sido palco de conflitos que levantam várias questões, serão: políticas, culturais, económicas, sociais ou históricas?..O autor acima identificado, tem uma formação humanista sólida, pois, é, licenciado em Filosofia e com mestrado em Estudos Africanos, dando-lhe um olhar analítico sobre qualquer fenómeno, o que manifesta no seu trabalho que, segundo o Professor Doutor Ulrich Schiefer, Presidente da Periploi: «Esta obra, devido à sua relevância científica das temáticas abordadas e do seu mérito, será integrada na colecção “Sociedades Africanas” que publica exclusivamente livros de carácter científico.» A editora é propriedade do Instituto de Investigação Avançada (Periploi) ou seja uma instituição credível, demonstrando a originalidade do trabalho.Sobre a substância da obra importa reter sumariamente o seguinte: é um trabalho de investigação que analisa a razão dos conflitos no continente berço, traçando um quadro realista, resultante do facto de ser africano e pertencendo à geração pós independências africanas. Manifesta no trabalho uma equidistância, frieza, objectividade de alguém que não busca factores pessoais ou vangloria, triunfalismo, chauvinismo ou patriotismo, militância em matéria de conhecimento. Olha para os factos e descreve-os propondo soluções sem paternalismo, embora manifestando um certo grau de excesso de pragmatismo, por não olhar outros factores endógenos directos da solução dos conflitos de base comunitária ou consuetudinária, o autor busca soluções políticas contemporâneas ou analisa-as_ próprio dos filósofos, pensar e interpretar fenómenos criticamente. É exemplo disto (…) «A prevenção de conflitos violentos, enquanto conjunto de acções institucionais, sociais e materiais, com a finalidade de evitar a manifestação das insatisfações do Homem, através de meios que ponham em causa a integridade física e psicológica dos seus semelhantes (ex: meio envolvente), só faz sentido quando enquadrada uma filosofia inclusiva, participativa e abrangente» (…) ob.cit, pág. 24. O autor aqui, manifesta uma conclusão pós enunciativa ou consequência descritiva de outros autores (Schnabel, Reychler, Reytjens e Pauwels), vê-se claramente que existe uma posição teórica sustentada no equilíbrio necessário para evitar- -se o conflito, em épocas contemporâneas, diferentemente da teoria clássica da Guerra e da Paz de Nicolau de Maquivel, na sua visão realista, mas cruel quanto ao destino do derrotado ou adversário e à astúcias para dissimular o adversário levando-o à derrota completa e sem contemplação. O autor em análise apresenta as razões dos conflitos e procura compreender, mas recusa-se aceitar a visão clássica, de derrota e consequente exclusão do outro. (…) «O relato da história política pós-independência dos PALOP permite chegar à conclusão de que a maior parte dos regimes monopartidários, adoptados no período pós-independência, recorreram à força para manter o privilégio de partido único. Os grupos que se opõem aos partidos no poder, com a excepção de Cabo Verde, tem primado pela via armada.» (…) ob. cit. pág. 108. Prevenir os conflitos no continente, resulta de factores prévios, mas caso eles eclodirem devem os políticos, diplomatas, cidadãos buscar o equilíbrio, a inclusão, pois, o autor de forma implícita busca o equilíbrio africano da pacificação dos espíritos dos antepassados, para lá dos acordos, deve haver inclusão, integração, confiança, audição dos outros sob pena de renitência é este o novo pensamento africano que curiosamente é uma lição de elegância, diplomacia e classe das tradições africanas deturpadas por correntes exógenas. Há em Belarmino Van-Dúnem, uma busca de equilíbrio intelectual para a resolução dos conflitos que não se circunscrevem nas leis, mas no espírito, e o espírito africano é dinâmico, onde o tempo não conta, mas, feitos, defeitos e ­efeitos… Felicito o autor por aceitar expor as suas ideias, partilhando-as e submetendo-se à crítica, seja objectiva ou científica, seja a adjectiva, subjectiva, formal é o risco de ser intelectual, abertura, humildade e busca constante do conhecimento.Postal de ÁfricaA África é o segundo continente mais populoso da terra e o terceiro continente mais extenso. Tem cerca de 30 milhões de Km², cobrindo 20,3 por cento da área total da terra firme do planeta e mais de 800 milhões de habitantes em 53 países, representando cerca de um sétimo da população do mundo. Cinco dos países de África foram colónias portuguesas e adoptaram o português como língua oficial: Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe; em Cabo Verde, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe são ainda falados crioulos de base portuguesa.Afri era o nome de vários povos que se fixaram perto de Cartago no Norte de África. O seu nome é geralmente relacionado com os fenícios como afar, que significa "poeira", embora uma teoria de 1981 , tenha afirmado que o nome também deriva de uma palavra de berbere, ifri, palavra que significa "caverna", em referência à gruta onde residiam os seus primeiros povosNo tempo dos romanos, Cartago passou a ser a capital da Província de África, que incluiu também a parte costeira da moderna Líbia. Os romanos utilizaram o sufixo "-ca" denotando "país ou território". Mais tarde, o reino muçulmano de Ifriqiya, actualmente Tunísia, também preservou o nome.A África é um território banhado pelo Oceano Atlântico, pelo Mar Mediterrâneo e pelo Oceano Índico, onde provavelmente surgiram os primeiros seres humanos. Os mais antigos fósseis de hominídeos foram encontrados em África e têm cerca de cinco milhões de anos.O Egipto foi provavelmente o primeiro estado a constituir-se em África, há cerca de 5000 anos, mas muitos outros reinos ou cidades-estado foram se sucedendo neste continente, ao longo dos séculos. Além disso, a África foi, desde a antiguidade, procurada por povos de outros continentes, que buscavam as suas riquezas, como sal e ouro. A actual divisão territorial da África, no entanto, é muito recente – de meados do século XX – e resultou da descolonização europeia. Esta divisão, feita devido a necessidade de matérias-primas e mercados consumidores, teve como consequências: dependência económica, agravamento da desigualdade social e lutas de fronteiras.Apesar de se registarem actualmente em África alguns conflitos de carácter político, como o da Costa do Marfim e o do Sudão, e muitas situações irregulares, pode-se dizer que a maioria dos países do continente possuem governos democraticamente eleitos. As únicas excepções são, neste momento, a Somália, que não tem sequer um Estado organizado e o Sahara Ocidental, ocupado por Marrocos.No entanto, é frequente que as eleições sejam consideradas como fraude, tanto internamente, como pela comunidade internacional. Por outro lado, ainda subsistem situações em que o presidente, ou o partido governamental, se encontram no poder há dezenas de anos, como são os casos da Líbia e do Zimbabwe.Em geral, os governos africanos são repúblicas presidencialistas, com exceção de três monarquias existentes no continente:Lesotho, Marrocos e Suazilândia. A África está separada da Europa pelo mar Mediterrâneo e liga-se à Ásia na sua extremidade nordeste pelo istmo de Suez. No entanto, a África ocupa uma única placa tectónica, ao contrário da Europa que partilha com a Ásia a placa Euro-asiática.Para além do mar Mediterrâneo, a Norte, África é banhada pelo Oceano Atlântico na sua costa ocidental e pelo Oceano Índico do lado oriental. O comprimento da linha de costa é de 26 000 Km.A população da África é de mais de 800 milhões de habitantes, distribuídos em 53 países e representando cerca de um sétimo da população do mundo. A África conta ainda com 43 aglomerações urbanas com mais de um milhão de habitantes.Alguns povos africanosOs bérberes eram povos nómadas do deserto do Sahara. Este povo enfrentava as tempestades de areia e a falta de água, para atravessar com suas caravanas este território, fazendo comércio. Costumavam comercializar diversos produtos, tais como : objectos de ouro e cobre, sal, artesanato, temperos, vidro, plumas, pedras preciosas etc. Costumavam parar nos oásis para obter água, sombra e descansar. Utilizavam o camelo como principal meio de transporte, graças a resistência deste animal e de sua adaptação ao meio desértico. Durante as viagens, os bérberes levavam e traziam informações e aspectos culturais. Logo, eles foram de extrema importância para a troca cultural que ocorreu no Norte do continente.Os bantus habitavam o noroeste do continente, onde actualmente são os países Nigéria, Mali, Mauritânia e Camarões. Ao contrário dos bérberes, os bantus eram agricultores. Viviam também da caça e da pesca. Conheciam a metalurgia, facto que deu grande vantagem a este povo na conquista de povos vizinhos. Chegaram a formar um grande reino ( Reino do Congo ) que dominava grande parte do noroeste do continente. Viviam em aldeias que era comandada por um chefe. O rei bantu, também conhecido como manicongo, cobrava impostos em forma de mercadorias e alimentos de todas as tribos que formavam seu reino. O manicongo gastava parte do que arrecadava com os impostos para manter um exército particular, que garantia sua protecção, e funcionários reais. Os habitantes do reino acreditavam que o maniconco possuía poderes sagrados e que influenciava nas colheitas, guerras e saúde do povo.Os soninkés habitavam a região ao sul do deserto do Saara. Este povo estava organizado em tribos que constituíam um grande império. Este império era comandado por reis conhecidos como caia-maga.Viviam da criação de animais, da agricultura e da pesca. Habitavam uma região com grandes reservas de ouro. Extraíam o ouro para trocar por outros produtos com os povos do deserto (bérberes). A região de Ghana, tornou-se com o tempo, uma área de intenso comércio.Os habitantes do império deviam pagar impostos para a nobreza, que era formada pelo caia-maga, seus parentes e amigos.



2 comentários:

  1. Saudações de um blogueiro amigo de Angola!

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